sexta-feira, 17 de abril de 2009

Grupos de Cultura Nativa Gaúcha. Esteio do Nativismo!



"Hay os que cantam desditas de amores,
por conveniência, agradando senhores.
Mas os que vivem a cantar sem patrão
tocam nas cordas do seu coração."
"Cenair Maicá - Ícone da Música Missioneira"

Cria-se um grupo de apreciadores do nativismo. Este grupo se identifica em várias áreas e então, resolvem criar um encontro. Nesse encontro, reúnem-se os próprios e convidados. Fechado ao público feminino, os homens acampados quase sempre na beira de um rio, se esbaldam em música, comidas típicas, bebida, tertúlia e muita conversa. Cada ano, mais e mais músicos e apreciadores do nativismo, participam desses eventos.

Então, a situação fica assim: começa-se com um grupo e este grupo abre espaço e esse espaço, nem sempre é ocupado por pessoas fechadas com o conceito dos fundadores. Então se cria “alas” e essas alas racham, levando fundadores! Por que isso? A gota d’água desta minha indagação ocorre por que até o maior encontro deste gênero no Rio Grande do Sul, também rachou!

Na minha cidade também ocorreu isso. Temos dois grupos que fazem a mesma coisa, mas se dizem diferentes em seus ideais ou em suas propostas. O primeiro e mais antigo, começou com um encontro como todos, na beira de um rio, às vezes sem equipamento de som, mas com aquela idéia da confraternização e de muita música. ... Depois do racha, formou-se um novo grupo que se tornou mais voltado à raiz, formado por pessoas sérias e com um ideal bem definido.

A única unidade que o Rio Grande do Sul teve, e seu povo fechou num ideal, foi em minha opinião, o movimento revolucionário Farrapo. Depois disso, interesses sobrepujaram os ideais e os ideais se distorceram ou se perderam.

E os nossos filhos de hoje, não são nem de perto, como éramos com nossos pais. Pais hoje, ocupados ou às vezes omissos, botando a culpa na escola por não educar seus filhos. Como se a escola fosse responsável em dar educação ao invés de ensinar! Filhos em uma liberdade sem ideais, livres. Sobre a nossa cultura, a maioria não possui nenhum interesse no nativismo. De música gaúcha, nada! Tem os que escutam a tchê music (proibida em ctg's, ainda bem!) onde dançam maxixe, ritmo que não tem nada a ver com a nossa cultura, mas que interessa à midia e as gravadoras. Mas isso é outro assunto!

Voltando aos grupos nativistas, parecem que não podem crescer. Devem se manter até um patamar de integrantes e nos eventos, de convidados. Então, que se dissemine pelo rio grande esse ideal. Vários encontros de grupos arte e cultura estão surgindo no estado! Para o nativismo gaúcho, para nós que gostamos de música de raiz, que possuem em suas letras ideais e costumes nossos, é ótimo que isso ocorra, pois não somos de mídia! Não temos a música que vende, pois não há interesse em se cantar a verdade.
“Quando a água é mais serena,
Inspiração com ela se faz,
Mananciais de vida plena
Forjam melodias que ficam reais
E os sonhos marcantes dos arrebóis,
Me faz lembrar dos princípios e ideais”
Omar Franco

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