segunda-feira, 6 de abril de 2009

Analisei "Um Fim em Sí Mesmo!"

MANIPULANDO A TÉCNICA


A técnica, criada pela burguesia como ferramenta de apoio ao desenvolvimento do ser humano, deveria ser empregada para que se tivesse melhor qualidade de vida, mais conhecimento e facilidades sobre a produção, onde se tivesse maior lucratividade com menor esforço, e o emprego e uso dela, deveria trazer muitos benefícios à humanidade, tornando o homem livre e conhecedor de práticas e técnicas que melhor identificasse os problemas vividos, em conseqüência, seria usada para encontrar as soluções para os mesmos. Dessa forma, beneficiando a coletividade. Acontece que no decorrer dos tempos passou a ser usada como meio de exploração e alienação dos trabalhadores, se transformando em mais um meio do que propriamente um fim, pois a produção, cada vez mais concentrada nas mão dos que detém os meios de produção e capital, despojou o ser humano das suas benesses.

O homem, que era consciente do mundo e de si mesmo, passa a ser consciente da habilidade de fabricar e de que é capaz de transformar a natureza, da forma que bem entender, sem medir as conseqüências, esquecendo-se que ele mesmo, o homem, fica fora de todo o processo de desenvolvimento e qualificação.

Esta burguesia foi sempre a mesma em todos os tempos, muito mais preocupada na concentração de renda e dos meios de produção, mantendo do jeito que pode o seu povo ocioso e fora do processo de desenvolvimento, cultural, social, profissional, enfim, de tudo que possa transforma-lo em um ser livre, crítico, de conhecimento apurado e capaz de conviver socialmente em paz, primando pelo bem comum. As técnicas de manipulação estão por toda a parte, na técnica da industrialização, na técnica da educação, na técnica da administração pública, da infra-estrutura, da produção e distribuição de alimentos, da preservação do meio-ambiente, enfim, do progresso e desenvolvimento como um todo. Vivemos em um mundo particionado, onde cada ramo profissional se especializa em um determinado assunto, sem se preocupar com o todo, o que põe em risco a vida humana na forma “clínica geral”, que olha para o contexto geral, tratando dos problemas sem criar contra indicações ou mesmo efeitos colaterais que hoje vivenciamos.

A razão instrumental se tornou única, separada da sabedoria, fazendo com que o ideal de produtividade seja medido pela estrutura do poder e não pelas necessidades do ser humano. O princípio da “dominação” é o sacrifício da conscientização, a subjugação do homem pelo homem e como conseqüência, o fim em si mesmo.

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